“ Vem comigo dar uma prosa ao mar ” diz João, o rocheiro, personagem principal do último filme de Luís Miguel Jardim, em estreia no dia 17 deste mês no Casino da Madeira. Mas o menino Diogo, pragmático e ambicioso não compreende as palavras de João e por mais que se esforce não consegue “ dar a prosa ao mar ”. É aí que João explica ao menino que dar uma prosa ao mar é saber ouvi-lo com o pensamento. Nas suas dissertações sonhadoras João refere que a vida é limitada como limitada é a ilha. Limitada por mar. E limitada pela pobreza e pela dureza. No seu último longa metragem, Luís Miguel consegue dar uma prosa ao cinema ao saber fazê-lo com imaginação. Na sessão de apresentação de Cartas de Fora, no dia 10 de Setembro no Instituto do Vinho da Madeira, João Augusto Abreu, o ator principal, referiu que no cinema cabem muitas artes, desde a fotografia, a música (da qual também é o seu autor neste filme), a dança,... Talvez por isso os filmes de Luís Miguel não deixa...
Um percurso em defesa da racionalidade e do humanismo