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Mensagens

A mostrar mensagens de dezembro, 2019

Roupa, cultura e atitude

Há pouco tempo abriu uma loja da marca de  streetwear  norte americana Vans num dos shoppings da ilha da Madeira. Entrei na loja e estava a rodar uma música dos Stooges. Pelo meio ouvi PIL, Sex Pistols, Stones dos mais antigos e outras coisas mais bem interessantes. Uma das funcionárias da loja perguntou-me se precisava de alguma ajuda, ao que respondi que não ia comprar nada, estava apenas a ver pois gostava da marca e do que lhe está associado. Conversamos um pouco e acabei por conhecer mais um bocado da história da marca norte americana. Mas o que retive e que interessa para este post foi esta explicação. Disse então a minha interlocutora: as marcas impõem a moda às pessoas. As pessoas compram o que a indústria quer que as pessoas comprem. A Vans já passou por momentos difíceis, mas é uma marca que se distingue pois não impõe às pessoas o que a marca quer vender, mas vai buscar às pessoas inspiração para os seus modelos. Exato! É mesmo isto que me faz gostar da marca que é clar

Vis a Vis, o que é ser uma pessoa?

Como não disponho de muito tempo e não aprecio obras cujo fim é apenas o entretenimento, gosto de ir direto às obras que tenham algum outro conteúdo para além do entretenimento. Nada contra o entretenimento, mas não aprecio. Aliás, não podia apreciar arte e ao mesmo tempo colocar de parte o entretenimento uma vez que a arte acaba também por ter quase sempre esse elemento presente (isto é discutível). E não há mal algum nisso. O que estou a explicar é que não aprecio o entretenimento como um fim em si mesmo. Talvez por isso tenha gostado da Casa de Papel, a série espanhola. Entretém, tem as doses suficientes de violência para nos deixar as emoções à flor da pele depois de um dia intenso de trabalho, mas ao mesmo tempo é uma reflexão sobre o modelo capitalista atual. E os espanhóis, também influenciados pelas tradições dos franceses e pela sua própria história (até a mais recente e principalmente essa) são muito bons a fazer do entretenimento uma ferramenta de reflexão sobre o mundo s

Ora bolas, sou professor e não sei!!!

Um dos aspetos das teorias que ensino que mais rodas me dá à cabeça é que tenho de ter um entendimento mínimo da sua relevância, isto é, do que essas teorias estudam e da sua relação com o mundo, com outras teorias, conteúdos, etc. Sem este aspeto razoavelmente compreendido (ainda que sujeito a ilusões, erros, enganos, etc), parece-me que estou a militar no vazio. Depois de compreender para mim tenho de fazer um esforço ainda maior: ajudar os alunos a compreender. Muitas das vezes a maneira de ensinar ou partilhar o conhecimento de uma teoria é pedir para tentar avaliar os seus aspetos críticos. O que nem sempre é fácil. Eu não posso pedir aos alunos de 16 anos que me mostrem como a teoria de Popper é uma reação ao marxismo ou às teorias de Adler (a menos que passasse algumas horas a explicá-las, o que seria talvez proveitoso nem que fosse para mostrar que algumas teorias não precisam de ser científicas para serem boas teorias, como a própria teoria de Popper). Mas posso, por exempl