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Mensagens

A mostrar mensagens de janeiro, 2019

Ciência

Uma das coisas mais estúpidas que conheci nas escolas e universidades é a divisão de departamentos. Nas escolas é comum a divisão entre ciências exatas e ciências humanas. Ora isto sugere que há ciências que são humanas e outras não são humanas (devem ser ciência feita pelos peixes para os peixes) e as que são humanas não são exatas, são, diria, inexactas. Ora se o senso comum pouco compreende do mecanismo das ciências o mesmo não seria de esperar dos lugares onde ela mais se divulga, as escolas. E este erro (e outros) permanece alegremente sem qualquer tentativa de correção.

Definir progresso é fácil

Steven Pinker, no seu mais recente livro, já traduzido para português, O iluminismo agora, traduz progresso desta forma ( e que julgo ser uma definição bastante consensual): a abundância é melhor que a pobreza. A vida é melhor que a morte. A saúde é melhor que a doença. A subsistência é melhor que a fome. A liberdade é melhor que a tirania. A igualdade de direitos  é melhor do que a intolerância e a discriminação. A literacia é melhor que a iliteracia. O conhecimento é melhor que a ignorância. . a inteligência é melhor que a lentidão de raciocínio. A felicidade é melhor que a miséria. As oportunidades para desfrutarmos da família, dos amigos, da cultura e da natureza são melhores do que o trabalho excessivo e a monotonia. Sendo todas estas coisas mensuráveis e desde que aumentem ao longo do tempo então podemos falar de progresso. 

Censura e liberdade de expressão

(Foto tirada por mim no Museu da Armada, Lee Invalides, Paris, 2018 ) O problema é o de sabermos se pode existir algum limite à  liberdade de expressão. Podemos limitar a liberdade de alguém e exprimir o seu pensamento ainda que o mesmo possa ser extremo ou muito pouco consensual? O argumento do filósofo inglês Stuart Mill apresentado no livro  Sobre a Liberdade  é que o incitamento à violência é o limite a partir do qual defender a liberdade de expressão deixa de ser incompatível com limitar alguém de exprimir o seu pensamento. Pelo menos, pensamos, um incitamento direto já que indiretamente podemos sempre defender que o discurso X motivou uma ação violenta. A vantagem do argumento de Mill é que pela primeira vez esboçou uma forma de compreendermos como é que podemos defender a liberdade de expressão, mas ao mesmo tempo de modo bastante racional não ultrapassar determinados limites que consideramos, à partida, imorais, como a violência sem justificação plausível. 

A vida com smartphones

Quando os telefones já eram inteligentes mas praticamente só davam para telefonar (eu sei, eu sei, hoje isto não soa nada a smartphone), eu não lhes ligava peva. Um pouco mais tarde, quando começaram a funcionar como máquinas fotográficas aceitáveis, gps, etc é que passei a dar-lhes alguma atenção. O meu primeiro smartphone a sério foi o pequeno HTC wildfire. Era pequeno e já com funcionalidades atraentes. Mas quando o comprei já tinha algum tempo de mercado, o que o tornou rapidamente absoleto nas minhas mãos. Os topos de gama eram e ainda são demasiado caros para mim, pelo menos até ao dia em que comprar um e depois não conseguir dar um passo para trás. Passados uns meses de ter comprado o wildfire a empresa espanhola BQ lançou o primeiro smartphone lowcost a chegar às lojas físicas em Portugal, um dispositivo com boas características  e a um preço bastante apetecível para o que oferecia. Tive pelo menos dois BQ e a partir daí já tive alguns smartphones. Provavelmente o melhor de

Os melhores discos de 2018

Para ouvir no Spotify o meu Best Of: Os meus melhores de 2018 De novo ( e o problema devo ser eu mesmo) 2018 não me revelou grandes surpresas musicais. Mas a verdade é que penso que tal se deve mais ao modo como nos nossos dias passei a consumir música. Se há uma década atrás ouvia menos discos e o tempo que dedicava a cada um dele permitia um envolvimento afetivo com cada peça consumida, hoje em dia disponho de uma discografia que nem todo o tempo que me resta de vida se eu vivesse até aos 100 anos me daria para consumir. Por isso não estranho que o Spotify tenha indicado uma canção de Father John Misty como a canção que mais rodou no meu Spotify em 2018. E está longe de ser uma canção deslumbrante, apesar de ser bastante boa. A explicação é simples: trata-se de um algoritmo a funcionar. Provavelmente ouvi essa melodia fácil durante algumas semanas e pela manhã enquanto me vestia ou conduzia para o trabalho. Mas está longe de ser a melhor composição que ouvi em 2018. Por out

Segunda luz, Os filmes

Hoje sugeriram-me falar de filmes. Há muito que não pensava em filmes. E soube-me bem pensar em alguns filmes que são referências para mim. Segue então a lista criada em 5 minutos e que me relançou a vontade para ver bons filmes nos próximos tempos. Oliver Stone "Natural Born killers" (1994) Luis Bunuel e Salvador Dali "Un Chien Adalou" (1928) Sergei Eisenstein "Couraçado de Potemkine" (1925) Lars Von Trier "Europa" (1991) Peter Greenway, "O cozinheiro, o ladrão, a sua mulher e o amante dele" (1989) Terence Malick "A origem da vida" (2011) Francis Ford Coppolla "O padrinho" (1972) Wim Wenders "As asas do desejo" (1987) Lars Von Trier "Ondas de Paixão" (1996) Tim Burton "O estranho mundo de Jack" (1993) Andrei Trakovsky "Nostalgia" (1983)

Primeira luz

Este será o meu espaço pessoal. Como aprecio a escrita e gosto de a treinar, passarei a usar este espaço para alargar as minhas apreciações sobre os livros que leio, os filmes que vejo, as injustiças que sinto.