E eis que nos preparamos para virar mais uma página no calendário anual da música. Podemos fazer listas de tudo, do ano, da década, do semestre. E eu faço mesmo listas de tudo. Mas o ano é um bom marco, talvez até porque a organização das nossas vidas se faz bastante bem de modo anual. E por isso confesso que começo a pensar nesta lista logo em Janeiro, isto para não deixar escapar algum disco para mim relevante, mas que se esqueceu por ter sido publicado nos primeiros meses do ano. Houve tempos em que eu publicava a lista dos melhores do ano. E agora? Acontece que é bastante injusto publicar uma lista dos melhores, até porque os discos que ouvi este ano podem não ser os melhores e muitos melhores terem-me passado ao lado. Por isso passei há uns anos a usar um critério: fazer a lista dos discos que de um modo ou de outro gostei e que foram os que mais companhia me fizeram, ou os que me soaram como mais ousados e criativos. Ocorre que ouço muitos discos que nem sequer aparecem na lista e outros que ouvi umas 3 vezes e já merecem destaque, porque são artisticamente sofisticados, ousados e, claro está, porque gostei de algum aspeto neles. Mas tenho outros critérios. Um deles é fazer com que a lista seja razoavelmente diversificada, pois ouço muita música e de matrizes bastante distantes umas das outras. E não ouço música clássica, onde há todo um mundo a descobrir, por exemplo. O que importa é fazer listas e usar algum critério que as defina. E como gosto de publicar as listas, quem lê deve ter assim uma orientação. “Ok, este disco é escolhido pois está dentro dos critérios do autor da lista.” Este nível de compreensão orienta a observação de uma lista.
Um outro aspeto interessante é que o ano passado foi o ano do meu regresso ao vinil. Retomei um antigo hábito de deixar uma rodela negra (também os há coloridos) a discorrer numa ponta de diamante. Não possuo dispositivos topo de gama para vinil, mas o que disponho, com a agulha áudio-technica e apenas uma boa coluna Marshall é suficiente para me devolver à delícia das gravações em vinil. E acreditem que isto altera bastante o modo como apreciamos a música. Reconheci de imediato o som mais rude, cru e orgânico do vinil. Só que o vinil tornou-se um objeto de culto e é caro. Mesmo assim fiz como no ano passado e comprei alguns discos em vinil que constam da lista. Numa era da desmaterialização e do minimal eu regresso ao prazer dos objetos.
Vamos então à lista. A ordem não é rígida, mas de facto reflete pelo menos nos primeiros, os que mais gostei de ouvir. E atenção que tenho 2 terceiros lugares. E o 12º também é ocupado por 2 discos. Para roubar e ficar apenas uma lista de 20.
1º FYEAR “s/t”
Este disco é provavelmente aquele que mais impacto teve durante o ano quando o ouvi. Arrisco a dizer que a base é jazz, mas o disco incorpora drone, out-jazz, pós-clássico, ambiente, metal, rock de vanguarda, modulação de sintetizadores, vozes... resumindo um todo estético eclético pisando tantos e diferentes territórios. Ao mesmo tempo é um disco que projeta o futuro, que vibra de intensidade nos momentos certos e até inesperados produzindo um efeito de sopresa no ouvinte. E é desafiador porque não é cantarolável. Um registo de arte musical suprema de um coletivo a seguir com muita atenção. E é o disco de estreia deste coletivo de músicos impressionantes.
2º SHELLAC “ to all trains”
Para mim, a relação que mantenho com os Shelac é de entrega total. E um respeito incrível por Steve Albini. Infelkizmente perdemo-lo este ano, um desaparecimento repentino de alguém que é nome sonante sem querer sê-lo no universo do rock. Mas este regresso dos Shellac aos discos começa de modo avassalador com “wsod” a música de abertura que é uma explosão em crescendo, mais uma brilhante demonstração da inteligência humana a fazer rock and rol. Nada se compara à aspereza e lancinante música dos Shellac, um powertrio de enorme envergadura com modos de fazer o rock que são os mais primitivos, guitarra, baixo, bateria e voz. Esta música é direta e honesta, sem qualquer artificio. Isto soa mais curioso sendo o seu mentor, Steve Albini um dos enormes nomes na produção de discos famosos de rock, motivo para pensar que os santos da casa não fazem milagres pois a música dos Shellac é feita com os instrumentos ligados ao amplificador sem intermediação de produção. Sai como sai. E sai belíssima.
3º Nick Cave & The Bad Seeds “wild god”
Nick Cave é um artista, neste momento, o artista. Olhar pºara este homem é olhar já para um humano objeto de arte. Ele parece ter sido criado para fazer o que faz porque nada se lhe compara e não se percebe como alguém poderá ser igual a ele ou, sequer, parecido. Ele alcançou o estatuto de um Leonard Cohen, Tom Waits, Neil Young, Johnny Cash ou Bob Dylan que são apenas aqueles que são inimitáveis. E Cave pode dar as voltas que quiser, mas a música dele é muito dele e leva sempre toda aquela carga emocional que nos desespera e que às vezes até pensamos que mais-valia não gostar. Contudo Wild God já está distante da decadência de um From Her to Eternity. Aqui o próprio Cave refere que viu a luz, neste seu novo estado religioso sendo que até a religiosidade é algo complexo para Cave, como a sua música. Para o trabalho dele muito se deve aos Bad Seeds. Desde sempre Cave soube reunir um naipe de músicos que sabem o que andam a fazer e o que querem fazer. E wild god é apenas uma obra-prima, um disco que chega a ser aterradoramente bonito.
3º Einsturzende Neubauten “Rampen (apm: alien pop music)”
O regresso dos Einsturzende este ano traz um Blixa talvez irónico, ou ainda mais irónico. Neste disco propõe um novo conceito musical: alien pop music, "pop para universos paralelos e alienígenas". Segundo li quando pesquisei sobre este disco, a capa é um paralelo com o White Album dos Beatles, pois esta alien pop music poderá chegar a ser tão famosa quanto a dos Beatles em universos paralelos. Aparte isso, temos um excelente disco dos Neubauten, que é o mais nos interessa, mesmo que não sejamos alienígenas. Eu sou imensamente suspeito para falar dos Neubauten. Já os vi ao vivo algumas vezes, gosto de praticamente todos os discos que gravaram e sigo mais ou menos os seus passos artísticos que não é fácil dado que fazem música para muitos universos, desde instalações artísticas, peças de teatro, cinema, etc.
4º Geordie Greep “The new sound”
Não é muito habitual um músico tão novo, na casa dos vintes, revelar tanto conhecimento musical. Mas é exatamente isso que vi nos Black Midi e agora a solo do seu mentor, Geordie Greep. Este disco vai ao jazz, ao rock, à bossa nova... A primeira música do disco chama-se “blues”, um verdadeiro e empolgante exercício de blues rock e fusão e parte logo de seguida para “terra”, uma incursão em territórios bossa nova e jazz hall. Como a capa do disco deixa antever, isto não é música de puro entretenimento, mas uma catarse musical por vezes exasperante. Digo isto como advertência aos incautos, pois não é um músico de musiquinhas fáceis e agradáveis, bem pelo contrário. Mas é muitíssimo rico.
5º Thruston Moore “Flow Critical Lucidity”
Desde muito novo sigo a carreira artística dos Sonic Youth e acabo por me tornar bastante suspeito nesta escolha, até porque já abaixo, vem a outra parte do ex casal, Kim Gordon. Mas este sexagenário continua a fazer excelentes pedaços de música, que passam discretos como quase sempre foram os Sonic Youth e, mesmo sem necessidade de dar nas vistas, acabam por nos alargar os nossos horizontes musicais. E é o que faz Moore em mais este capítulo, numa exploração rock com guitarras fieis a uma sonoridade que tem feito escola no rock mais alternativo. O disco, que conta com a participação de Laetitia Sadier, dos Stereolab, transita entre faixas de atmosfera onírica, improvisações guitarrísticas e peças introspectivas. Há deambulações abrasivas com as guitarras e outra coisa não seria de esperar daquele que é um dos maiores legados dos Sonic Youth. Um bom disco que talvez merecesse mais destaque em determinadas listas dos discos do ano.
6º The Cure “Songs of a lost world”
Neste mesmo Dezembro os Cure acabam de publicar este Songs of a lost world, num disco duplo em que a segunda rodela é o concerto com as músicas do disco. Mas não é desse que aqui vou falar. Comecei por ouvir os primeiros temas disponibilizados do disco uns meses antes da publicação oficial. Alone foi a primeira faixa que ouvi e gostei. É tocada em tom lento, arrastado, num negrume gótico e profundo. E viciei-me na música, porque há ali uma beleza cultivada que conheço bem de outros tempos, desde Music for a new society de Cale até LC de Reily. Mas a segunda música, “A fragile thing” fez-me prever o pior, que são os discos mais ou menos após kiss me kiss me kiss me, de 1987. Aliás, após esse, creio que só gostei mesmo de algumas coisas de Desintegration (1989) e depois fui mesmo eu a desintegrar-me dos Cure como uma das minhas bandas de eleição. Na verdade, nunca fui um grande fã dos Cure, mas nunca coloquei em causa o talento mostrado nos primeiros discos e conto com 6 discos que acho mesmo muito bons. Por isso a minha primeira audição deste disco foi uma desilusão. Depois fui ouvindo e como a imprensa abusou de publicar este regresso de Robert Smith, percebi a carga emotiva ali presente naquelas canções e um certo desespero, uma espécie de despedida. Não considero o disco uma obra-prima musical, nem propriamente uma revelação. Mas consinto que é um regresso assinalável a todos os títulos, com boas canções, bem tocado, com uma linha de baixo hipnotizante do elemento mais fiel dos Cure, Simon Gallup. E considero também que é um disco merecedor de uma boa referência neste 2024 figurando entre os que mais me acompanharam.
7º Kim Gordon “The collective”
A outra cara-metade dos Sonic Youth, Thruston Moore grava um álbum fiel às linhas clássicas dos SY. Mas Gordon arrisca mais ao pegar em elementos eletrónicos para fazer deles a base do seu excelente disco de 2024.
8º Ana Lua Caiano “Vou ficar neste quadrado”
É verdade que não tenho praticamente discos de música feita em Portugal nesta lista. Isto porque quase tudo o que ouvi não acolheu o meu maior interesse. Nem o aclamado disco de Rafael Toral me despertou ainda (espero ainda regressar a ele). Mas quando ouvi este disco da Ana Lua Caiano disse: “Ora aqui está a Billie Elish portuguesa”. Isto deixou de ser um elogio quando pouco tempo depois ouvi o novo disco da canadiana, que é bem fraquito. E quando ouvi melhor este da Ana Lua Caiano, percebi também que é um pouco mais que apenas a “Billie Elish portuguesa” dado que é um disco de personalidade própria, de uma artista que pega em raízes populares e as reforma dando um caráter muito interessante à composição musical.
9º Tyler, The Creator “Chromakopia”
Sempre gostei do trabalho de Tyler, The Creator. E porquê? Porque a composição é complexa, híbrida e muitas vezes bizarra. E resulta bem. Este novo capítulo não foge a essa regra. Aprendi a ouvir hip-hop com os interventivos Public Enemy ou os radicais Wu-Tang Clan. Mas a expetativa que um disco de RAP/Hip Hop soe como esses discos só me levaria a não gostar dos novos criadores como Kendrick Lamar ou Tyler, The Creator. E há exceções como Besatie Boys ou Eminem que mostraram ao mundo que o RAP não tem de ser uma coisa que tenha a ver com a cor da pele. Mas isso não me interessa muito quando ouço um disco como Chromakopia. E claro que é um disco hip hop na melhor tradição, com infinitas colaborações, batidas ora lentas ora mais rápidas. Mas é um disco que vale a pena descobrir pois está recheado de detalhes musicais e criativos bem cativantes.
10º Idles “Tangk”
Por duas vezes os Idles gravaram o meu disco favorito, o meu number one do ano. Desta vez não posso dizer o mesmo, mas nem por isso o disco é pior que todos os outros. Criativamente até acho que era difícil repetir a fórmula. E arriscar novos territórios faz parte do itinerário de uma banda. É por isso que Tangk é tão bom e ao mesmo tempo continua tão Idles que é apenas uma das melhores bandas que anda por aí. E, no entanto, a mudança não os tornou mais leves de digerir.
11º Father John Misty “Mahashmashana”
Father John Misty é daqueles compositores que faz música que tipicamente eu não costumo gostar. E não há disco dele que me passe ao lado. Porque ele imprime um toque especial às canções, porque é crooner desalinhado. E também porque eu sempre gostei dos Fleet Foxes. Este disco abre com a música que dá título ao disco e que é apenas talvez a canção que mais ouvi este ano (e não saiu assim há tanto tempo). É uma balada absolutamente arrepiante, daquelas que nos levam ao céu. E é isso que Father John Misty consegue fazer comigo e poucos cançonetistas o consegue. Para além desta abertura que me derrota, o disco é todo ele cheio de arranjos de um compositor que olha ao detalhe, um multi-instrumentista magnífico. Aliás, por trás destes arranjos orquestrais não deixo de ver aqui o fantasma de Leonard Cohen. E as letras são todo um conjunto de reflexões filosóficas sobre a vida bem interessantes. Pena o vinil custar quase 50€, mas talvez o Pai Natal se lembre de mim.
12º Blood Incantation “Absolute Elsewhere”
Isto é death metal progressivo e atmosférico, com uma sonoridade marcada por elementos cósmicos, temas sci-fi e experimentação instrumental. O disco é uma peça completamente detalhada, cada som elaborado milimetricamente e o resultado é brilhante. Claro que se inscreve num género muito específico, o metal pesado, mas creio que este disco pode agradar até a fãs de rock progressivo e, porque não, krautrock.
12º Fire-Toolz “Breeze”
Este é um disco de heavy metal clássico, coisa rara nas minhas preferências. Mas este disco não é um disco clássico de heavy metal clássico, mas antes um exercício de delírio sobre uma matriz de heavy clássico. E o resultado é esteticamente robusto. Fire-Toolz sai da cabeça de Angel Marcloid e é uma exploração de paisagens sonoras caóticas. O resultado é uma mistura de metal experimental, música eletrónica, música ambiental e até algo de Death Metal. Neste disco tanto podemos estar num meio de um ambiente calmo e belo como de repente trepar para ambientes duros e intensos, uma espécie de ternura no meio do caos. O disco é todo ele incrível. Eu desconhecia por completo este músico, mas é musicalmente muito curioso.
13º Jack White “s/t”
Sou um fã do trabalho dos White Sripes que são os maiores responsáveis pela renovação do blues rock. O chinfrim que apenas 2 músicos faziam nos White Stripes era incrível. Sendo que a Meg Ryan nem parecia ser uma música por aí além. Mas tudo isto deriva do talento de um one man show, Mr Jack White, que é produtor, que tem um estúdio, que tem uma editora e que continua a gravar discos. Os discos de White em nome próprio nunca foram maus, mas a linha seguida era algo distante das dos White Stripes, para mim, bem mais vibrantes. E este disco quase sem anúncio é um regresso a esses tempos melhores da luz rock and rol. Estava eu a apanhar um comboio entre Veneza e Verona quando reparei que este disco apareceu na minha lista de sugestões do algoritmo da apple music. E fiz a viagem a ouvi-lo. Até hoje, fiquei rendido.
14º The Smile “Cutouts”
Os Radiohead começaram por ser um abanda assim assim para um dia apresentarem ao mundo Ok Computer. A partir daí os Radiohead deixaram de ser assim assim para serem mesmo dos melhores. E se eu gostei do Ok Computer, a verdade é que ainda gostei mais dos capítulos seguintes, do Kid A, In Rainbows ou Amnesiac. São discos que amo. É injusto afirmar que os Smile são o que resta dos Radiohead, pois são mais a continuidade numa leve renovação. Eu diria que são a maturidade assumida como feitores de grande música. E este ano, como fizeram antes com os Radiohead quando lançaram num mesmo ano Kid A e Amnesiac, lançam 2 discos com a sigla Smile. Dos 2 escolhi este último, o Cutouts. As bases eletrónicas das composições dão-lhes uma finura cristalina e as canções acabam sempre por oferecer uma complexidade acolhedora para quem gosta de apreciar um bom disco, limpído e que se vai entranhando.
15º Mount Eerie “Night Palace”
Mount Eerie é o outro nome do músico americano Phil Elverum, que eu desconhecia até este ano ter ouvido, quase acidentalmente, o excelente registo Night Palace. Para descrever esta música pego num cruzamento entre Bonnie Prince Billie, Palace Brothers e Daniel Johnston. Ou seja, temos aqui folk psicadélica, com devaneios e delírios de histeria pelo meio. No meio de uma melodia pode rebentar distorções em catarse, dando um belo efeito às canções.
16º Caxtrinho “queda livre”
O músico brasileiro gravou um belo disco que resulta de uma mistura de samba psicadélica ou de Gilberto Gil com guitarras esfuziantes e hipnóticas. Esta mistura é bastante interessante e eu desconhecia este músico. Mas gostei muito do disco.
17º Lord Spikeheart “The adept”
Beats, beats e mais beats, é o que temos neste extremos exercício sonoro. Não viesse ele do músico Martin Kanja, vocalista e produtor queniano conhecido por fundir elementos de metal extremo, noise e música eletrônica experimental e um dos mentores da dupla Duma.
18º Moin “You never end”
Desta lista foi o último disco que descobri. E hesitei em coloca-lo aqui. Mas pela primeira audição fiquei logo preso, pois é um disco de um trio que eu desconhecia e já gravaram alguns discos. Fui pesquisar e o som fez-me lembrar qualquer coisa chegada aos Tortoise (por falar neles, um dos seus elementos gravou este ano um disco de jazz que ainda mal ouvi), mas neste novo capítulo – na verdade, o terceiro – pediram muitas colaborações. O resultado é um disco rock de composições por vezes arrastadas, algo, lá está, semelhante àquilo que nos anos 90 ficou conhecido como postrock, o mesmo universo de uns Tortoise ou até Trans Am, mas sem aquele encosto demasiado próximo ao kraut rock destes últimos. Foi uma boa surpresa este disco.
19º Michael Kiwanuka “small Changes”
Penso que nunca inclui nenhum disco do inglês Michael Kiwanuka nos meus favoritos do ano. Mas fui injusto, pois este músico é completo. Quando percebi que iria ter novo disco fiquei entusiasmado e na primeira vez que o cloquei a tocar aqui na sala, acabei a desligar-me dele. Cheguei a afirmar nas minhas redes sociais que era um disco aborrecido. Mas enganei-me. Small Changes é sim um disco de soul, blues, rock arrastado e lento, as canções são quase todas em downtempo, mas são lindas e brilhantes. Aliás, neste disco Kiwanuka define-se completamente como um compositor a seguir com atenção.
20º Fountains DC “Romance”
Já não há nos Fountains aquela mistura de Joy Division, Clash e Pogues, tão presentes no primeiro disco e um pouco no segundo. Não existe mais letras inspiradas em Rimbaud ou Baudelaire. Mas que sentido teria existir tudo isso que a banda já nos ofertou nos seus primeiros dois discos? Resta agora a questão: e o que se segue? Foi bom? Para mim a resposta foi ´
Obvia: não, não foi tão bom. Nem por isso deixou de ser interessante. Cheguei a questionar-me se este fosse o primeiro capítulo dos Fountains se eu chegaria a ouvir o disco muitas vezes ou se chegaria a ser um disco que me cativasse? E a resposta surgiu ao fim de algumas audições: sim, este disco chamar-me-ia a atenção pois é um bom disco. Simplesmente é fora de linha daquilo que mais me fez colar ao som da banda. Mas também não é um disco para mim tão imediato como os primeiros, mesmo que seja o disco que mais entronca no formato canção cantarolável.
Os que ficam de fora, mas poderiam ficar dentro.
Stil House Painters, Jesus and Mary Chain, Yard Act, Grandaddy, Little Simz, Claire Rousay, The Oh Sees, Tindersticks, Porridge Radio, Dirty Three, Oneida, Mannequim Pussy, Bill Frisell, Beth Gibbons, Gastr Del Sol, Metz, Bingo Fury, Royal Otis, King Hanna, John Cale, Goat Girl, James Blake, Meatbodies, Godspeed You!Black Emperor, Kubik, Ist Ist, Shabaka, Rafael Toral, Freak Slug, Dean & Britta & Sonic Boom, Kim Deal, Angine de PotrineLambrini Girls, Oranssi Panzuzo, Knocked Loose, The Body, Cuntroaches, Fucked Up, Kelly Lee Owens, Primal Scream, Deadletter, Diiv, Racodja, Julián Mayorga, White Denim, Nicolas Jaar, Bashy, Doechii, Water Damage, Kali Malone
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