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Os discos de 2020

Normalmente as minhas listas não tabelam os discos com uma ordem de prioridade. Apenas fazem o apanhado do que ouvi num determinado ano e é irrelevante quem aparece em primeiro e em último. Bem, em 2019 não foi assim. Destaquei com clareza Dogrel, o excelente disco estreia dos irlandeses Fountains D C. ficou marcado o regresso dos irlandeses para 2020 e esperava eu que iria logo destacar o disco em primeiro lugar, tal como aconteceu com o seu antecessor. Mas 2020 haveria de nos trazer muitas surpresas. E nos discos que ouvi não foi muito diferente. Tudo porque os ingleses Idles lançaram o novo disco. A sua estreia aconteceu em 2017 e se nesse ano, butalism não ficou em primeiro na minha lista, teria andado lá bem no topo. Mas Joy as na act of resistence, o disco de 2018, apesar de bom, não foi aquilo que vi no primeiro. Um disco mediano apenas. Segue-se que sabendo que os Idles preparavam um disco novo para ser lançado em 2020 não foi, com efeito, com entusiasmo que esperava o bebé. O meu foco estava antes nos irlandeses. Ora, agora, em final de ano, é certo que os irlandeses não me desiludiram e conseguiram um excelente feito no segundo capítulo da sua ainda curta carreira. Mas ultra mono superou praticamente tudo o que neste ano ouvi. E em via disso ocupa o lugar de destaque. Poderia ser ocupado por outro disco da lista? Sim, pelo menos para a grande maioria que destaco. Com efeito a lista é elaborada com os discos que me fizeram companhia este ano ou que, por uma ou outra razão, me chamaram a atenção. Por exemplo ainda estou a digerir como é que de Nairobi, capital do Quénia, chegou um projeto tão perfeito e estranhamente tão próximo da vanguarda underground como os Duma. Talvez fosse apenas falta de informação ou os filtros musicais apenas cada vez mais obedientes aos interesses industriais e pouco à descentralização, diferença e criatividade. Seguem então os discos que marcaram mais um ano de audições, uma mais atentas que outras. Vou fazer pequenas referências aos discos como uma justificação da sua inclusão na minha lista e que possa orientar o leitor, principalmente o que desconhece estes discos. 

 

1.     Idles “ultra mono”

 masculinidade tóxica ou questões climáticas. Isto é o que os Idles falam nas letras. Mas pouco me interessa o que eles falam. O meu foco é a música que fazem. A entrada neste disco é de outra galácia. “War” entra de rompante e avisa logo o que vamos ouvir, um disco de rock puro e duro, visceral e cerebral. Mas não é apenas rock crú. As composições são arrojadas e com efeitos muito cuidados. Um disco, tal como referi na abertura, que me surpreendeu e superou tudo aquilo que desta banda inglesa poderia esperar. 




 

2.     Pop Dell Arte “Transgressio global”

Eu sou um pouco mais novo que João Peste. Recordo um dia ter ido sozinho a um concerto dos Pop Dell Arte. Tudo estava mais ou menos normal até João Peste ter entrado no palco. Aquilo que vi foi mais além que o que já conhecia da múisca deles. Os Pop Dell Arte estavam uma década à frente daquilo que era normal neste país. Era provocadores não só na música que faziam, mas na pessoa de Peste, uma espécie de provocação luxuriante misturada com a decadência de Genet. Assim percebi que os Pop Dell Arte era mesmo isso, uma peça pop e artística. Na altura “free pop” era a referência. Seguiram-se sempre belos momentos, seja como Axidoxibordel ou com os Pop. Mas João peste é uma figura de culto e uma espécie rara de militância pelas alternativas, como quando criou a excelente editora Ama Romanta. O regresso em 2020 parecia improvável. Mas eis que a vontade de transgressão continua num, mais um, belo manifesto artístico de apontar a arma aos preconceitos sociais. Um bom lote de canções inteligentes, dançáveis e, como sempre nos habituaram, pensadas ao detalhe. E, claro, pois claro! A inconfundível voz de Peste.  Ei-los! Fiéis ao que sempre os moveu e lhes dá a identidade que possuem. 




 

3.     Porridge Radio “Every Bad”

De Brighton, inglaterra, um abanda rock de 3 meninas e1 menino. Não conhecia a banda. Dizem que perdi em não conhecer antes. Eu acho que não, pois do que ouvi, este parece de longe o seu melhor trabalho. Gostei muito. Conheci o disco no início do ano, creio, e acompanhou-me umas semanas.




 

4.     Nick Cave & the Bad Seeds “idiot prayer”

Um nome consagrado. Embora seja um disco ao vivo e não de canções novas a verdade é que as canções, não sendo novas, são novas (riso). Mas é mesmo assim. Aqui encontramos Cave apenas ao piano, a redimir-se da falta de palcos e apresentar um disco belíssimo de elegantes composições. 




 

 

5.     Fountains D C “ A hero`s death”

É um disco menos festivo e menos folk punk que Dogrel. Mas os miúdos mostraram que não estão na música para passar o tempo e apanhar umas bebedeiras. O disco é mais carregado que o anterior, com canções mais densas e menos imediatas. Mas é uma excelente continuação. E cá estou para aplaudir o seu trabalho. 




 

 

6.     Einsturzende Neubauten “Alles in Allem”

Já me acusaram de gostar de tudo o que os Neubauten fizeram e até do que eles ainda não fizeram. Isto não é de todo verdade, pois já ouvi muitas bandas e deixei de me interessar a partir de um determinado momento. O caso mais imediato é o dos U2. Se calhar até publicaram alguma coisa em 2020 e eu nem me apercebi. Deixaram de me interessar há muito tempo. Mas eu gostava dos U2. Há outras bandas que nunca me desiludiram. Recordo o caso dos Sonic Youth, pois não lhes conheço um disco mau. E o mesmo é válido para os alemães Einsturzende Neubauten. E não deixa de ser verdade que lhes tenho um carinho muito especial, pois foi provavelmente a banda que mais horizontes me abriu para ouvir determinados estilos musicais. Creio que o meu convívio musical poderia até ter 2 momentos: antes e pós Neubauten. Acontece que com 16 anos já os ouvia e, portanto, o momento 1 foi mesmo muito breve. O que é facto é que eles regressaram em 2020 com um excelente disco, mesmo que, como alguém já por aí referiu, a capa seja talvez a pior de sempre num disco deles. 




 

7.     Matt Berninger “Serpentine prison”

Sim, é um disco de canções fáceis de ouvir. Talvez um dos mais fáceis da minha lista. Mas a voz dos The National é inconfundível e é, para mim, uma das mais agradáveis vozes no universo da música rock americana da atualidade. O disco é simpático e merece ser destacado. 




 

8.     Sonic Boom “All things be Equal”

Escondi durante uns 3 anos o Playing with fire em CD na extinta Virgin Megastore no Rossio, em Lisboa. Até que arranjei dinheiro e fui lá busca-lo. Na altura os cds eram mesmo muito caros. É um dos discos da minha vida, muito por causa do clássico Revolution. Depois, passados os anos, andei sempre a seguir o que faziam os ex Spaceman 3. Depois o tempo passou e pouco mais soube. Claro que terei sempre de referir os excelentes Spiritualized que nasceram exatamente da separação com os Spaceman 3. Por isso foi com surpresa que recebi este disco de Sonic Boom. E foi ainda com mais surpresa que soube que o músico de uma das minhas bandas favoritas da adolescência vive em Portugal. O disco continua, embora não tão radical, as pesquisas sonoras de Boom que já nos tinha habituado nos seus Experimental Audio Research. Não morri de amores pelo disco, mas não o deixei de lado. E é um disco que vale a pena espreitar, principalmente para quem, como eu, sempre lhes seguiu o rasto. 




 

 

9.     JG Thirlwell and Simon Steensland “Oscillospira”

Recordam-se dos Foetus? E dos Ministry dos bons tempos? Pois JG Thirlwell é a cabeça pensadora dos Foetus e também com participações  nos Ministry, de All Jourgensen, entre muitos outros projetos menos conhecidos. Thirlwell já tem uns 60 anos e julgava-o arrumado das tarefas musicais. Mas um amigo avisou-me deste disco que gravou este ano com o músico nórdico menos conhecido, pelo menos para mim, Simon Steensland. Este disco é bastante bom. Uma mistura de clássico eletrónico, com momentos quase de progressivo eletrónico, mas muito mais refinado do que as abordagens mais comerciais deste género. E como momento de intensidade elevada. 



 



10.  Brainbombs “Cold Chase”

Os Brainsbombs são uma banda sueca de noise rock que eu só descobri com este disco, mas já existem há uns bons anos e não são propriamente novatos. O seu noise rock é para quem gosta de algum minimalismo experimental com guitarras rasgadas. Mas praticam um som que está muito próximo de algumas coisas da Tzadik de John Zorn e também de alguns grupos anarquistas do norte da europa como os The Ex. 




 

 

11.  Kevin Morby “Sundowner”

Por vezes penso em músicos como Kevin Morby e acho que querem ocupar o lugar de compositores como Bob Dylan. Bem, não é fácil alcançar esse estatuto. Mas também é verdade que mesmo sem ele, compositotes deste calibre vão andar muitos anos a lançar bons discos. Parece que Morby se isolou para compor estas delícias de folk, rock e noise. Tal como o disco anterior, este é uma pérola. E com uma capa bonita que parece querer retratar o seu isolamento. 




 

 

12.  Napalm Death “Throes of joy in the jaws of defeatism” 

 

Os ND são um abanda inglesa de trash metal. São pesados e não são nada fáceis de ouvir. A música que praticam não é bonita. E dada a longevidade são uma referência de culto dentro do género. É curioso que quando falamos de metal parece estarmos a falar de um mundo à parte da música que ouvimos. É e não é. De facto o metal sempre se moveu num circuito muito específico de público, programas de rádio, etc. E não é pois isso é o que se passa com muitos outros géneros musicais ou músicos individuais. Este regresso dos ND em 2020 é mais um capítulo da sua saga de peso que começou há quase quatro décadas com o talentoso Mick Harris. 




 

13.  Clipping “Visions of bodies being burned”

 

Cerio que é um regresso aos meus tops de músicas do universo hip hop. Estamos aqui a falar de hip hop experimental. Vale a pena ouvir a velocidade com que se usam as vozes neste disco. Mas não se fica por aí. É um disco fabuloso com doses de música industrial e momentos de verdadeira experimentação. 




 

14.  Brendan Perry “Songs of disenchanted”

 

BP é metade dos Dead Can Dance. Este disco de 2020 é um disco sobretudo de pesquisa de música de determinados grupos populares gregos. Por isso leva o subtítulo de music from the greek underground




 

 

15.  Moore Mother “Circuit city”

Para mim um ainda praticamente desconhecido coletivo de freejazz norte americano e creio que o nome se deve a Queen Moore Mother, ativista negra. Um disco bastante interessante de um universo que aprecio, mas nem sempre de maneira isolado, isto é, aprecio se o freejazz for um ingrediente entre outros numa composição musical. Projeto de, entre outros, Camae Ayewa, que também integra os Irreversible Entanglements que tem um disco também de 2020 e que poderia bem integrar esta lista. 




 

16.  Duma “Duma”

 Um disco difícil de engolir deste projeto. São de Nairobi, no Quénia e emergem da cena metal underground, para formar este projeto de tecno, minimal, dark, industrial de grande fôlego e impróprio para sensíveis. É uma experiência aterradora cheia de vocalizações guturais e monolíticas e extenuantes batidas lentas de tecno. Sinistro, intenso e duro, muito duro para os ouvidos. São descendentes de bandas como os Lust of a Dying Breed




 

 

17.  Still House Plants “Fast Edit”

Os discos que gosto por vezes não são fáceis de classificar. Procuro algumas classificações para dar uma ideia ao leitor do que poderá encontrar em cada disco. Este é de um trio de jovens de Glasgow que eu desconhecia. Há no disco ingredientes de rock, mais óbvios, mas também de experimentalismo q.b., R&B, jazz.... Li numa entrevista ao Guardian dada pelos próprios que só ensaiam o início e o fim de cada tema. Pelo meio improvisam. E ainda bem pois assinam um disco que tem tanto de invulgar, como curioso e criativo. 




 

18.  Carl Stone “Stolen car”

Pois se falamos tanto em improvisação e para quem gosta de apreciar nas eletrónicas, talvez o nome de Carl Stone não seja de todo desconhecido. Compositor americano com trabalhos na improvisação eletrónica ao vivo. Um disco a dar atenção neste 2020. 




 

19.  Armand Hammer “Shrines”

Confesso que depois de entusiasmo inicial, o meu interesse pelo hip hop não tem evoluído por aí além. Mas é quase impossível passar um ano sem espreitar alguns discos de hip hop. Não será com certeza o melhor do ano e provavelmente nem será dos melhores. Ainda assim foi um disco que ouvi e mereceu algum destaque entre tantos outros.




 

20.  Special Interest “The passion of”

Punk digital como o dos Atari Teenage Riot nunca mais ouvi. Mas há punk digital. E prova disso é este disco dos Special Interest, pois é um disco punk e é todo ele eletrónico, apesar da existência quase inevitável (menos nos ATR) de guitarra e baixo. Há também aqui algo de glam rock completamente transfigurado numa versão de combate. É crú, é rápido e vigoroso. Talvez os fãs dos Sex Pistols não fiquem desapontados. 




 

21.  Aksak Maboul “Figures”

Os belgas AM regressam este ano com um disco muito bonito e maduro. São um coletivo que chegou a gravar com músicos como Fred Frith e Henry Cow e existem desde os finais dos anos 70. Já não tenho conta a quantidade de gravações que deles ouvi, principalmente em coletâneas dispersas. É também a banda de um dos proprietários de uma das editoras mais interessantes dos anos 90, a Crammed Discs e chegaram a alinhar no movimento que ficou conhecido como rock in oposition, um grupo de músicos que se afirmaram contra o rumo que a indústria musical estava a levar no início dos anos 90, creio. Diria que este é um disco de músicos muito experientes e que já sabem o que fazem. 




 

22.  Mary Halvorson`s Code Girl "Artlessly falling”

 Uma interessante compositora, guitarrista, de jazz de vanguarda, norte americana. Eu arriscaria a dizer que neste disco pontuam momentos de brilhantismo próximos da distorção de uns Sonic Youth. Muito bom. 






 

23.  Bo Ningen “Sudden fictions”

Um disco dos japoneses BN que é consistente a ponto de me ter despertado o interesse algures neste 2020. 




 

24.  Neptunian Maximalist “Éons” 

Uma grande salada Belga. Desde o drone metal, jazz, pscicadelismo e música espiritual. E acaba por ser um dos discos mais cativantes que se pode ouvir neste ano.  




 

25.  King Buzzo “Gift of sacrífice”

Nunca morri de amores pelos Melvins de Roger Osborne, King Buzzo. Mas também nunca deixei de os espreitar com curiosidade. Este músico já tm um currículo abastado, chegando a tocar com Kurt Cobain e, claro, com os Fantomas de Mike Patton, dos Faith No More. Mas tocou com muitos outros famosos ligados ao rock. Este disco é mais ou menos do mesmo, com sinal para mais. 




 

26.  King Hannah “Tell me your mind and i`ll tell you mine”

 Não são as canções mais felizes que se imagina poder ouvir. De facto são quase todas baladas arrastadas com guitarradas psicadélicas e uma melancolia pautada pela voz de Hannah. E foi uma descoberta de Dezembro. Ouvi pela primeira vez este disco no carro, algumas canções e fiquei com a ideia que é um belíssimo disco de rock. Bem, e até é. Mas numa segunda audição descobri que a tonalidade da melancolia é mais abrangente no disco do que o rock, que, apesar disso, está lá sempre presente. 




 

27.  Scuru Fitchadu “um kuza runhu” 

Se achei que o disco dos Duma é surpreendente ao misturar música industrial com ritmos africanos, a verdade é que temos a mistura desses ingredientes em Portugal. Este disco é fabuloso, uma mistura explosiva de tecno, thrash, elementos do jazz e ritmos africanos . Ainda sei muito pouco deles e este ano confinado não permitiu que estas bandas se mostrassem, mas este disco é um murro no estômago. 




 

 

Há mais discos que ainda vou digerindo este ano. Não poderia esquecer o dos Cabaret Voltaire, Jarboe, Ohmme... e o ano termina mas, como sempre, de Janeiro a Março continuo a descobrir música nova deste ano que ficou pelo caminho. 







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