Nunca morri de amores pela música dos canadianos Arcade Fire. E nunca deixei de os ouvir. Quer dizer, comecei tarde, pois não liguei grande coisa a Funeral, o disco de estreia. Depois, porque alguém meu conhecido lá foi insistindo comecei a ouvir e, devagarinho comecei a gostar. Mas isto jamais aconteceu nos discos seguintes da banda. Afinal, deixou de ser uma música exigente para lhe captar os pormenores e os contornos. Ou seja, os AF são para mim uma banda assim-assim o que é suficiente para os ouvir. Já comecei lentamente a espreitar o novo disco. E já percebi que há material suficiente para que os AF continuem para mim com o estatuto de assim-assim. Mas também é verdade que estou sempre a ver quando me desiludem e tal ainda não aconteceu. Por isso “we” é o melhor disco assim-assim que ouvi deste ano até agora.
Este ano ouvi muitos e bons discos. Mas a minha lista é talvez aquela que nos últimos anos mais discos com grande expressão comercial inclui. Talvez isto se entenda se ao mesmo tempo eu fizer o exercício de sempre, o de tentar explicar os critérios subjacentes às escolhas dos melhores discos do ano. Há um critério que mantenho firme. Mesmo não sendo os melhores discos, alguns dos que aqui incluo acabaram por ser aqueles que mais ouvi. Provavelmente se eu comprasse a Wire mensalmente os filtros seriam outros e se tivesse mais tempo dedicado também faria outras escolhas. Contudo os discos que escolhi procurei que fossem mesmo bons. Mas há aqui outro fator que acabou por influenciar. Ouvi alguns discos em vinil, isto porque 2023 foi o ano que completei meio século e a minha família ofereceu-me um gira-discos, aparelho que já não tinha nem usava há muitos anos. E alguns dos discos foram mesmo aqueles que encontrei quando fui à única loja que vende discos de vinil (que eu conheça) na cidade
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